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INC estrutura centro pioneiro para transplantes de pulmão no Rio de Janeiro

O Instituto Nacional de Cardiologia (INC) criou, em sua sede no bairro de Laranjeiras, uma estrutura médica pioneira no Estado do Rio de Janeiro, capaz de realizar transplantes de pulmão. Os últimos transplantes no estado aconteceram há mais de 15 anos e foram ações pontuais realizadas em hospitais sem estrutura permanente para o procedimento.

O centro de transplante de pulmão do INC vai suprir uma carência histórica do sistema de saúde do Rio de Janeiro. Como não há tempo para transportar um órgão doado para outro estado, pacientes do Rio que necessitam de transplante de pulmão precisam se mudar para São Paulo ou Porto Alegre. Aqueles que não têm recursos ou condições para se mudar, muitas vezes, morrem em função de doenças pulmonares.

A carência de serviços de transplante de pulmão é nacional. Em 2019, havia no Brasil 1.668 pacientes com necessidade do transplante, segundo estimativa da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Mas foram realizados apenas 106 transplantes no país em 2019, segundo a ABTO, quase todos em centros em São Paulo e Porto Alegre.
Dr. Alexandre Siciliano, responsável pelo novo centro do INC, explica que o transplante de pulmão é um procedimento complexo e caro. Para realizá-lo de forma continuada, o hospital precisa de infraestrutura de diagnóstico, laboratório, banco de sangue, centro cirúrgico de primeira linha, equipamentos avançados de suporte à vida, como respiradores mecânicos e, sobretudo, de equipe médica com expertise.

“Por conta da maturidade da equipe de transplante de coração do INC, observamos que o Instituto poderia dar um passo adicional e assumir a difícil missão de realizar transplantes de pulmão. A única unidade no Rio de Janeiro que teria capacidade de implementar esse projeto, num espaço relativamente curto e de forma sustentável, é o Instituto Nacional de Cardiologia”, afirma o diretor-geral do INC, dr. João Manoel Pedroso, que é cardiologista clínico e doutor pela UFRJ.
A equipe do centro de transplantes de pulmão do INC conta com aproximadamente 30 profissionais, incluindo quatro médicos cirurgiões, um pneumologista, um infectologista, um cardiologista e quatro anestesistas, além de profissionais de enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional.

A equipe está em alerta para atender a uma paciente do INC com doença pulmonar, cujo nome é mantido em sigilo em respeito às regras do programa de transplante. Assim que houver a doação de um órgão compatível, a equipe irá se dividir em duas. O primeiro grupo irá se deslocar rapidamente para o hospital onde o doador terá ido a óbito e fazer a retirada do pulmão. O órgão será transportado até o INC, onde a segunda parte da equipe fará o transplante. O procedimento, do minuto em que o pulmão para de receber sangue no corpo do doador até o momento em que o órgão é “religado” no transplantado, não pode demorar mais do que oito horas.

A Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro organiza as doações de órgãos no estado – o órgão mais transplantado é o rim, seguido por fígado, coração, pâncreas e pulmão. A Central deve ser obrigatoriamente notificada de todas as mortes encefálicas no estado. Nesses casos, o cérebro para de funcionar e a pessoa é considerada oficialmente morta, embora o seu coração continue batendo. Caso a família autorize a doação de órgãos, a Central verifica as compatibilidades (de sangue, tamanho corporal etc.) com os pacientes na fila e aciona imediatamente as equipes médicas e familiares.

É grande a expectativa na equipe do INC para o momento histórico da realização do transplante de pulmão. Mais do que recuperar a paciente internada no Instituto, o que já seria suficiente, a ambição do INC é criar condições para atender a todos que precisam do transplante no Rio.

“A estimativa é de que, anualmente, mais de uma centena de pacientes precisem de transplante de pulmão no Rio de Janeiro. Não vamos conseguir atender a todos. Nosso plano é construir uma escola de formação de profissionais. Não queremos só fazer, mas também treinar lideranças médicas, produzir conhecimento e multiplicar os centros de transplante de pulmão”, ressalta Alexandre Siciliano, especialista pelo The Cleveland Clinic Foundation, que também coordena o grupo de transplante cardíaco do INC.

 

Publicado em: 22/03/2021.

Elaborado por: Área de Comunicação INC

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