O INC realizou uma série de encontros em comemoração ao Novembro Negro, campanha que destaca as lutas da população negra contra o racismo.
No dia 22 de novembro, aconteceu uma reunião com a direção do INC em que a comunidade hospitalar deu os passos iniciais para a formação de um Comitê de Equidade Racial e de Gênero no Instituto.
Na última semana do mês, ocorreram dois encontros científicos. No dia 25, no auditório do INC, aconteceu a palestra “Desigualdade racial e saúde cardiovascular”, com Aurora Issa, Helena Cramer, Mauro Augusto dos Santos e a norte-americana Michele Albert.
Aurora Issa apresentou os dados da nota técnica “Desigualdade racial e saúde cardiovascular”, lançada pelo INC no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
“Nos Estados Unidos, as pessoas negras são mais propensas a desenvolver doenças cardíacas, assim como no Brasil e outras partes do mundo. A questão central é combater as causas dessa disparidade, que estão relacionadas ao racismo estrutural”, afirmou Michele Albert, que é ex-presidente da American Heart Association e participou remotamente do encontro.
Mauro Augusto apresentou uma retrospectiva histórica de como os conceitos racistas se formaram a partir da era das Grandes Navegações na Europa e falou da sua experiência pessoal como homem e médico negro no Brasil.
No dia 28, o encontro “Doença cardiovascular na população negra” contou com a participação da Denize Ornelas, Iza dos Santos, Ludmila Talita e Aurora Issa.
“O que a gente quer para toda a sociedade é uma vida livre de racismo”, afirmou Denize Ornelas, que é médica de família e comunidade e co-coordenadora do GT Saúde da População Negra da SBMFC.
Iza dos Santos, do INC, falou sobre um projeto de pesquisa no Instituto, previsto para 2025, que vai analisar os impactos na saúde mental de enfermeiras negras de um treinamento de 12 semanas em habilidades socioemocionais.
Ludmila Talita, coordenadora de projetos e pesquisa da Fundacor, destacou que o mercado de trabalho reproduz a desigualdade racial: “O mercado de trabalho é totalmente excludente”.
Ela ressaltou a importância de iniciativas que deem a jovens negros mais oportunidades igualitárias no mercado trabalho, como o projeto da Fundacor, dirigida por Marcelo Assad, que fornece treinamento a jovens negros.
“Não posso deixar de agradecer ao Marcelo Assad pela iniciativa, apesar de ele dizer para não agradecê-lo, porque a luta também é dele. Mas nós vivemos em um país em que não podemos deixar de agradecer às oportunidades de mostrar o quanto somos bons.”
A diretora do INC Aurora Issa ressaltou a importância das atividades do Novembro Negro:
“Com as atividades realizadas no INC, reforçamos o compromisso com a equidade, reconhecendo que o antirracismo é essencial para construirmos uma saúde justa e inclusiva para todos. Dentro desse contexto, é essencial o olhar para a saúde cardiovascular da população negra”, afirmou ela.
Publicado em: 09/12/2024.
Elaborado por: Área de Comunicação INC
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